Mato Grosso do Sul sediará o Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, que já está em sua 14ª edição. O município escolhido para o evento foi Bonito-MS, levando em conta o serviço ambiental prestado pelo Sistema Plantio Direto: a conservação da água. Pensando em uma agricultura cada vez mais sustentável, profissionais da área e produtores rurais de todo o país se reunirão nos dias 12, 13 e 14 de agosto para discutir a técnica, utilizada por cerca de 70% dos agricultores brasileiros, segundo a Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação.
O vice-presidente da Federação, Lúcio Damália, explica que a técnica possibilita o uso dos restos de vegetais de culturas anteriores e traz como benefício a proteção dos solos contra erosões e insolação. “Com o plantio direto na palha, existe a preservação da microflora e microfauna do solo”, complementa.
O pesquisador da Fundação MS, Carlos Pitol, ressalta outras qualidades atribuídas ao plantio direto, entre elas a concentração de matéria orgânica, aumentando a fertilidade do solo e, com isso, elevando a produtividade. “Isso permite também a fixação de carbono no solo e traz melhorias nas questões ambientais, com redução de insumos, economia no uso de fertilizante e, principalmente, diminuição no assoreamento de rios”, pontua.
Para perceber os motivos de se usar a técnica de plantio direto, é preciso entender como está o cenário atual da agricultura brasileira. Por isso, na programação do evento, haverá um painel sobre o futuro do setor no país. “No Brasil, é preciso se pensar em fatores como reformulação e planejamento das políticas públicas. Assim, o cenário pode ser mais otimista”, ressalta o ex-ministro da agricultura, Alysson Paolinelli, que falará sobre o assunto durante o encontro.
Para manter um nível de competitividade ainda maior, Paolinelli enfatiza que é preciso dar continuidade nos investimentos em conhecimento tecnológico. “O Brasil é o único país no mundo que detém a tecnologia da agricultura tropical”, afirma, citando a integração lavoura-pecuária como instrumento capaz de aumentar a rentabilidade do produtor, valorizar a propriedade e reduzir custos de produção agrícola e pecuária.
Outro assunto que será discutido é a técnica de reposição do solo. “Definir as doses de adubo a ser aplicado na lavoura, com base na exportação de nutrientes pelas colheitas é o que pode ser chamado de reposição. A técnica pode proporcionar reduções da ordem de 50% nas doses de fertilizantes, que atualmente vêm sendo aplicadas nas lavouras do País”, explica o pesquisador da Embrapa Trigo, José Eloir Denardim.
A programação conta também com palestras sobre os desafios que o sistema de Plantio Direto enfrenta no Brasil, problemas fitossanitários, sustentabilidade, rotação de culturas, manejo de pragas em plantio direto, agricultura de precisão, controle biológico, integração lavoura-pecuária-floresta, relação da qualidade do solo e a presença de nematoides, profissionalização rural, entre outros.
Apresentação de trabalhos – O encontro também reservará um espaço para a apresentação de trabalhos científicos. Mais de 100 trabalhos foram aceitos, para destacar a importância de pesquisas científicas na área, que permitam aprofundar as discussões. Além disso, as apresentações possibilitam maior interação da cadeia produtiva com a academia, incentivando jovens cientistas, acadêmicos, profissionais e agricultores a participarem do fórum de debates, valorizando suas contribuições.
Sobre o encontro – O 14º Encontro Nacional do Plantio Direto na Palha ocorre a cada dois anos, sempre em uma região produtora em destaque no Brasil. A programação contará com painéis cujos temas são voltados à técnica do plantio e seus benefícios, bem como palestras e debates sobre fitossanidade, manejo adequado do solo, entre outros assuntos. O plantio direto na cana-de-açúcar também será discutido, tendo em vista a crescente produção sucroenergética no Estado.
O evento, que será realizado nos dias 12, 13 e 14 de agosto, no Centro de Convenções de Bonito (MS), é promovido pela Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp), em parceria com a Fundação MS, Sistema Famasul e Embrapa Agropecuária Oeste, e conta com apoio do Sistema OCB-MS, Aprosoja MS, UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Unigran, Grupo Plantio na Palha (GPP) e outras instituições. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas no site da Febrapdp .
Fonte: Sato Comunicação