A produção da oleaginosa ocupa 90% dos rendimentos dos produtores da cidade
A caravana do Soja Brasil passou pelo município de Joviânia, na parte sul do Estado de Goiás. A cidade de pouco mais de sete mil habitantes recebe pela primeira vez um evento do projeto. Segundo a história local, o nome da cidade é por causa de um dos fundadores da cidade, Joviano Ferreira Barbosa, responsável por doar uma gleba de terras para dar início ao que é hoje a pequena cidade.
Joviânia tem nos grãos a principal fonte de renda, cerca de 90% da arrecadação advém dessa cultura. O fato curioso é que, se dividirmos o número de hectares plantados da oleaginosa por cidadãos, teríamos algo em torno de três hectares por pessoa, o equivalente a 21.500 hc de área cultivada, sendo 90% de soja. Os dados são do Sindicato Rural da cidade.
– É um privilégio receber a caravana do Soja Brasil em Joviânia. Somos uma cidade pequena, mas com muita produção. Queremos que o dia de palestras ofereça ao produtor tenha mais conhecimento para que ele melhore seu rendimento – afirma Vanderci Donizeti Riccioli, presidente do Sindicato Rural de Joviânia.
Por ser uma cultura quase que predominante, a necessidade dos produtores conseguirem boas safras é fundamental para a própria sobrevivência do sojicultor. Na safra 2013/2014, a seca prejudicou toda a produtividade. Para ter uma ideia, na safra 2012/2013, a produção de soja na cidade foi de 60,48 milhões de toneladas, média de 48 sacas por hectare, com área plantada de 21 mil hectares. Na última safra, a produtividade chegou a 47,30 milhões de toneladas, média de 36,6 sacas por hectare, uma queda de mais de 21%, sendo que a área cultivada aumentou em 500 hectares. Porém, o preço médio em 2012/2013 era de R$50,40 por saca, em 2013/2014 chegou a R$63,60.
A quebra na produção fez muitos produtores utilizarem o seguro rural. Como é o caso do produtor rural Johnny Eduardo de Pádua. Ele foi prejudicado pela falta de chuvas, alguns hectares de sua propriedade não alcançaram nem 15 sacas por hectare, um número que foi preocupante e fez Pádua acionar o seguro rural pela primeira vez. Hoje, ele se diz mais cauteloso com a próxima safra de soja e que vai fazer o seguro rural novamente.
– Estamos entrando na safra com receio, temos que ter mais cuidado. Eu segurei toda a minha propriedade nesta safra. Eu pude ver que o seguro é um investimento que vale a pena. Ele não cobriu meu custo total, mas me deu um alento – comenta agricultor.
O tema seguro rural foi uma das palestras da Carreta do Canal Rural na cidade. O consultor da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) Pedro Arantes prendeu as atenções dos produtores. Ele explicou as novidades do seguro rural para esta safra e o que o agricultor deve observar antes de contratação essa proteção.
– O seguro é uma situação individual. Depende da produtividade, se tem subvenção do governo, a localização geográfica e se tem alguma pendência com o governo federal. Não há uma receita a seguir, mas há caminhos para o produtor não errar – explica Arantes.
O agricultor Hamilton César Resende não precisou do seguro rural, pelo contrário. Ele produz em Joviânia desde 1985, ele possui uma propriedade de dois mil hectares na região, a cultura principal é a soja, mas ele produz milho e sorgo segunda safra também. A média obtida na última safra variou entre 60 e 70 sacas por hectare. Resende elegeu as apresentações que mais lhe agradou.
– A questão do CAR foi muito importante, o produtor estava perdido, não tinha um caminho. A legislação trabalhista é outro ponto que preocupa – comenta o produtor rural.
A apresentação sobre o manejo da soja foi outro tema que auxiliou Hamilton. Segundo ele, as orientações do pesquisador da Embrapa Soja Roberto Zito ajuda na hora do sojicultor começar a cultivar a oleaginosa.
– A palestra sobre o manejo da soja foi algo que acrescentou, principalmente sobre a distância do espaçamento entre as cultivares, que nos foi dito que 45 cm é uma distância ideal, isso nos ajuda – completa Hamilton Resende.
A realização do roteiro do Soja Brasil em Goiás tem a parceria da Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Faeg) e da Associação de Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja -GO). Conta também com o apoio local do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar – GO), do Sindicato Rural de Rio Verde, da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), de Querência Máquinas e Martins & Sobrinhos.
Fonte: Canal Rural