A estiagem forçou a interrupção dos trabalhos em várias regiões. Em ano de grande oferta, preço baixo ainda preocupa agricultores.
O som das plantadeiras está de volta aos campos de Mato Grosso. Depois de pelo menos duas semanas de estiagem, que forçou a interrupção dos trabalhos em várias regiões, a chuva voltou e plantio recomeçou.
“De ontem pra hoje nós já plantamos quase mil hectares então já dá um alivio, pensando no bolso lá na frente”, declara Erny Parisenti, agricultor.
O agricultor corre contra o tempo. Ele vai plantar ao todo 15 mil hectares de soja em Diamantino, no médio-norte do estado.
A falta de chuva comprometeu o cronograma. “Era para estar com 10 mil hoje, agora temos que tocar direto e torcer que chuva alguma coisa nos próximos dias e que a gente consiga trabalhar 24 horas por dia, trocando turno para conseguir atingir o objetivo.
O plantio em todo estado está bem atraso. “A gente teve uma evolução de menos de um ponto percentual, passando para 9% da área plantada, enquanto que no ano passado, neste mesmo período, a gente tinha 28% plantado”, explica Otávio Celidônio, superintendente do Imea.
Além da soja, a preocupação é com a safrinha de milho, que corre o risco de ser cultivada fora da janela ideal. “É importante lembrar que esse plantio define a área potencial do milho, já que a soja plantada agora vai ser colhida em fevereiro e o milho deve ser plantado até o dia 20, 25 de fevereiro na região do Mato Grosso”, completa o superintendente.
O retorno da chuva aliviou a apreensão no campo, mas fora dele os agricultores ainda têm muito com que se preocupar. Em ano de grande oferta de soja no mundo, o mercado do grão segue com preços baixos. Hoje, quem vender o grão no mercado futuro deve receber em torno de R$ 39 por saca na região.
O agricultor Rodrigo Konageski, que em outros anos tinha nessa época 70% da safra negociada, até agora só vendeu 40% da produção. “As empresas estão tirando o pé desde o começo elas estão fora do mercado não estão querendo comprar, não é o agricultor que não quer vender. Não está dando o preço de custo da soja”, declara.
Nos últimos trinta dias, a cotação internacional da soja teve uma alta de quase 6%, na Bolsa de Chicago.
Fonte: G1