As referências de frete para o transporte de cargas no País deveriam subir 17% a 17,5% neste início de ano, segundo a Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga (ABTC). O ajuste considera os mais recentes aumentos do óleo diesel nas refinarias anunciados pela Petrobras – o combustível responde por até 52% de todos os custos dos transportadores. O presidente da entidade, Pedro Lopes, diz que o repasse ainda não foi feito porque o movimento nas estradas é fraco nesta época, mas à medida que a colheita da safra avança e as empresas voltam das férias coletivas isso tende a mudar. “De dezembro até meados de janeiro temos um ‘hiato’, um momento em que o abastecimento diminui”, explicou ao Broadcast Agro. Para setores do agronegócio, é certeza que o custo do transporte vai subir assim que a produção de soja começar a ser escoada até os portos – mesmo sem reajuste, todos os anos a demanda por caminhões tem reflexo no preço do transporte. Eles lembram também que o diesel abastece as máquinas utilizadas na colheita e os geradores nas propriedades e a despesa maior terá reflexos no custo de produção da atual safra.
Os reajustes no diesel são mensais e seguem a nova política de preços da Petrobras, anunciada no fim de setembro. Em outubro e novembro a cotação do combustível cedeu nas refinarias, respectivamente 2,7% e 10,4%. Já em dezembro subiu 9,5% e começou 2017 com alta de 6,1%. Se repassada integralmente pelas distribuidoras a elevação levaria a um incremento de R$ 0,04 por litro nas bombas. No entanto, destaca Lopes, para o cálculo do frete os transportadores levam em conta, além do diesel, as deficiências na infraestrutura rodoviária, o desgaste dos veículos e, em alguns casos, a necessidade de escolta. É com base nessa despesa que a entidade chega ao porcentual de até 17,5% de alta. Até agora praticamente não houve repasse.
Cotações apuradas pela equipe do AE Taxas mostram que o frete para transporte de grãos de Primavera do Leste (MT) até o Porto de Paranaguá (PR), distante 1.700 km, estava em R$ 177,50 por tonelada no fim de setembro, quando ainda se movimentava soja e principalmente milho. Neste início do ano, o valor indicado é de R$ 140 (-21%). No caso do escoamento do etanol, o frete de Ribeirão Preto (SP) até o porto de Santos, trecho de pouco mais de 400 km, continua em R$ 99 por metro cúbico.
Perspectivas – A Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil) calcula que o diesel mais caro fará
produtor de Mato Grosso, maior Estado produtor, desembolsar neste início de ano R$ 0,21 por litro acima de novembro, considerando que usa o combustível para produzir e também para transporte dos grãos até o armazém – o cálculo não leva em conta o frete até os portos. Assim, conforme a Aprosoja, uma propriedade rural mato-grossense de 600 hectares passará a gastar mais R$ 12.600,00 por ano agrícola. Os cálculos foram feitos com base em uma propriedade com produtividade média de 50 sacas por hectare e uma média de venda futura de soja de R$ 65/saca. Antes dos reajustes anunciados pela Petrobras o diesel representava 10% dos custos totais da propriedade no Estado.
Perspectivas – A Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil) calcula que o diesel mais caro fará
produtor de Mato Grosso, maior Estado produtor, desembolsar neste início de ano R$ 0,21 por litro acima de novembro, considerando que usa o combustível para produzir e também para transporte dos grãos até o armazém – o cálculo não leva em conta o frete até os portos. Assim, conforme a Aprosoja, uma propriedade rural mato-grossense de 600 hectares passará a gastar mais R$ 12.600,00 por ano agrícola. Os cálculos foram feitos com base em uma propriedade com produtividade média de 50 sacas por hectare e uma média de venda futura de soja de R$ 65/saca. Antes dos reajustes anunciados pela Petrobras o diesel representava 10% dos custos totais da propriedade no Estado.
Ao Broadcast Agro, o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, disse que o escoamento da safra de soja está começando e por isso ainda não há alta efetiva de preço, mas projeta que o reajuste virá. “Se a distribuidora pagar mais, o reflexo na bomba ocorre no outro dia.” No caso do frete para os portos, normalmente contratado por tradings, pode haver um desconto maior do preço pago pela saca ao produtor para compensar um custo mais alto de transporte de armazéns até os terminais de exportação. “O efeito cascata desse aumento pode ser danoso”, disse Rosa. “Já vínhamos com custos muito próximos da produtividade”, afirmou.
Mesmo antes de os fretes subirem, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson
Paolinelli, reclama do aumento da despesa no momento em que a safra de verão de milho está sendo colhida e a de inverno começa a ser plantada. Ele ressaltou que é favorável à liberdade de preços em relação à paridade internacional, mas lembrou que o País depende fundamentalmente do diesel em sua produção primária e no seu principal meio de transporte de carga, o caminhão. “O diesel precisa de um tratamento especial, como fazem vários países europeus e alguns países da América do Sul”, afirmou. “O preço é muito alto em relação aos países concorrentes.”
Paolinelli, reclama do aumento da despesa no momento em que a safra de verão de milho está sendo colhida e a de inverno começa a ser plantada. Ele ressaltou que é favorável à liberdade de preços em relação à paridade internacional, mas lembrou que o País depende fundamentalmente do diesel em sua produção primária e no seu principal meio de transporte de carga, o caminhão. “O diesel precisa de um tratamento especial, como fazem vários países europeus e alguns países da América do Sul”, afirmou. “O preço é muito alto em relação aos países concorrentes.”
O momento da alta do diesel é prejudicial aos produtores, acrescentou Paolinelli, lembrando que várias atividades
agrícolas que dependem do combustível precisarão ser realizadas nas próximas semanas. “Ainda têm os tratos culturais, a colheita, o transporte, a limpeza, a padronização e o transporte até o centro consumidor e exportador”, enumera. O efeito da alta sobre o frete, segundo ele, ainda não pode ser determinado.
agrícolas que dependem do combustível precisarão ser realizadas nas próximas semanas. “Ainda têm os tratos culturais, a colheita, o transporte, a limpeza, a padronização e o transporte até o centro consumidor e exportador”, enumera. O efeito da alta sobre o frete, segundo ele, ainda não pode ser determinado.
O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, relativiza o impacto da
esperada alta dos fretes no custo de produção. Corrêa Carvalho prevê que a economia ainda contida se refletirá no campo. “A recessão acaba dando uma segurada no frete. Além disso, deveremos ter redução nos insumos, descontos em equipamentos e até uma melhora na oferta de crédito rural. Sem falar na queda de inflação e juros. Então, de uma forma geral, podemos ter custos mais baixos em 2017”, resumiu.
esperada alta dos fretes no custo de produção. Corrêa Carvalho prevê que a economia ainda contida se refletirá no campo. “A recessão acaba dando uma segurada no frete. Além disso, deveremos ter redução nos insumos, descontos em equipamentos e até uma melhora na oferta de crédito rural. Sem falar na queda de inflação e juros. Então, de uma forma geral, podemos ter custos mais baixos em 2017”, resumiu.
Por: Leticia Pakulski e José Roberto Gomes
Fonte: Podcast Agro – Agência Estado