A preocupação dos produtores com os preços da soja e do milho no Paraná é geral por causa da queda do dólar e do preços das commodities. De acordo com o presidente da Aprosoja Paraná, José Sismeiro, os preços da saca de soja caíram de 65 para 57 reais, o que tira a renda do produtor. Em relação ao milho, a entidade vislumbra uma safra menor por causa do atraso no plantio.
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“A gente não consegue fechar a conta. Por mais que a safra seja boa, você tem de pagar os investimentos, o custo da lavoura e isso nos preocupa tanto. O Paraná tem a sua produtividade maior no milho safrinha, quando se planta em janeiro. O que o Paraná conseguiu plantar em janeiro corresponde a 5% da sua área. O restante foi plantado entre 10 e 28 de fevereiro. A gente já vislumbra uma safra menor com relação à data de plantio. Fora isso, temos o problema com chuva, a falta de chuva. Tivemos agora há pouco um veranico na regiões norte, oeste e noroeste e temos a previsão de frio entrando mais cedo. Então a safrinha de milho no Paraná, estado que mais milho produz no Brasil, é incerta. E mesmo sendo incerta nós estamos vendo os preços despencarem. Hoje, para termos uma ideia, temos de ter uma produtividade de 90 sacas de milho por hectare para poder pagar o custo. Se esse preço cair mais ainda, aumenta a quantidade que temos de colher de milho, pois o custo já está fixo. Então realmente no Paraná é muito preocupante não só a soja, mas também o milho, que despencou.”
O dirigente lamenta que muitos produtores perderam o timming para fazer vendas futuras de forma a travar seus custos.
“Infelizmente o produtor não pode fazer mais nada. O produtor perdeu o timming dos contratos que foram feitos anteriormente. Tivemos contratos entre 75 a 85 reais. O produtor que aproveitou e travou seus custos, tem minimizado seus problemas. Na condição do milho, o que tivemos de maior preço foi 33 reais a saca e temos agora 30 reais e recentemente não tem mais contrato nem de soja nem de milho. Então o produtor que lá atrás fez estes contratos para travar os custos vai minimizar o seu problema.”
Na avaliação do presidente da Aprosoja Paraná, resta ao produtor acompanhar a Bolsa de Chicago e torcer pela queda do dólar e por problemas climáticos que possam reduzir a safra norte americana.
Aprosoja Brasil