Eleito com grande adesão do setor de agronegócios, o entorno do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) ainda diverge sobre o nome mais adequado para assumir o Ministério da Agricultura em seu governo, a partir de janeiro de 2019, escolha que pode levar algum tempo. A interlocutores Bolsonaro tem insistido na escolha de um empresário do setor produtivo, de preferência produtor rural, com “vivência na roça”, diz um aliado. O novo presidente ainda não bateu o martelo para o ministério.
De um lado, o deputado Ônix Lorenzoni (DEM-RS), já anunciado futuro ministro da Casa Civil, tem revelado nos bastidores a preferência pelo também deputado gaúcho e eleito como senador mais votado por seu Estado, Luiz Carlos Heinze (PP-RS). Em outra frente, o próprio Bolsonaro nutre simpatia por Antônio Nabhan Garcia, presidente da União Democrática Ruralista (UDR) e que se tornou um de seus principais aliados durante a campanha.
Os dois nomes, no entanto, enfrentam resistências. Heinze, apesar de deputado atuante nas pautas do setor em Brasília e político frequentemente visto em vídeos ao lado de Bolsonaro, não é consenso dentro da bancada ruralista e nem dentre as entidades. É visto entre fontes do setor como um nome da cota pessoal de Ônix e contra ele pode pesar o desejo já manifestado por Bolsonaro de evitar políticos para o cargo e evitar que a bancada ruralista nomeie um dos seus para o ministério. Como o Valor já antecipou, Bolsonaro prefere que a bancada ruralista e as entidades do segmento agropecuário chancelem um nome do setor, de preferência que não seja vinculado a partidos. A expectativa é que a bancada sugira pelo menos três nomes para o presidente eleito.
Já Nabhan passou a ser muito criticado nas últimas semanas após ser o principal defensor da fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente e a retirada do Brasil do Acordo de Paris, ideias consideradas polêmicas e radicais sobretudo pelo setor do agronegócio. O staff de Bolsonaro já pesa na balança a escolha do ruralista, porém ainda que não seja nomeado como minsitro Nabhan ao menos deve referendar a escolha.
Bolsonaro já chegou até a descartar em entrevista coletiva a indicação de Nabhan, mas o ruralista vem articulando apoio de parte das 14 entidades do setor que compõem o Conselho do Agro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que se reúne na próxima quarta-feira e deve abrir discussões sobre o tema. Ao Valor, no entanto, Nabhan já fez duras críticas à CNA, por julgar que a entidade perdeu muito de sua representatividade junto aos produtores rurais.
Nomes de políticos ruralistas, porem, também vêm sendo ventilados pela equipe de Bolsonaro. A deputada federal reeleita Tereza Cristina (DEM-MS), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), é consenso dentro da bancada e nome de maior preferência dentro do setor, porém já confidenciou a interlocutores que prefere aconselhar nomes de fora do meio político. Por fim, o deputado Marcos Montes (PSD-MG), candidato a vice na chapa derrotada de Antônio Anastasia (PSDB) ao governo mineiro, também é lembrado.
Fonte: Valor Econômico
Parabéns pelo artigo,adorei!