O interesse dos consumidores europeus, especialmente dos italianos, pela soja brasileira e os aspectos da sua sustentabilidade foram tema de um webinar promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) em parceria com o Ministério de Relações Exteriores através da Embaixada do Brasil em Roma, nesta quarta-feira (24/2).
O objetivo foi difundir maior conhecimento sobre a qualidade, o conteúdo nutritivo e a sustentabilidade da soja e farelo de soja produzidos no Brasil. Segundo dados levantados pelo Ministério de Relações Exteriores junto ao Ministério da Economia, no ano passado, as exportações brasileiras de soja para a Itália cresceram 161%.
O encontro virtual reuniu o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz, o diretor executivo da entidade, Fabrício Rosa, o Embaixador do Brasil Hélio Ramos, além de representantes de indústrias italianas processadora de óleos vegetais.
Bartolomeu Braz abriu a videoconferência expondo as qualidades da soja brasileira, que tem mais elevado teor de proteína em comparação com os grãos produzidos por Estados Unidos e Argentina, os maiores produtores ao lado do Brasil. O presidente destacou também que o Brasil, além de ser o maior produtor de soja, é o país que mais preserva vegetação nativa.
“Temos o Código Florestal mais restritivo entre os grandes produtores de alimentos. Por isso, convidamos os europeus a conhecerem a nossa produção e a verem como nós nos preocupamos com as nossas florestas. Infelizmente recebemos muitas cobranças de outros países, mas não vemos contrapartida dos compradores em pagar uma bonificação a nossos produtores por mantermos a floresta em pé”, afirmou Braz.
O presidente da Aprosoja Brasil ressaltou o trabalho de comunicação que a entidade tem feito em nível nacional e internacional para divulgar a sustentabilidade da produção brasileira e sobre o que acontece no campo.
“Infelizmente a mídia urbana não mostra como as coisas que acontecem no campo. Por isso, elegemos 2020 como o ano da comunicação para o agro com a sociedade. Estamos divulgando informações concretas baseadas na pesquisa e na Embrapa, junto às embaixadas e adidos agrícolas em todo o mundo”, salientou.
O diretor executivo da Aprosoja Brasil acrescentou que um documento elaborado pela cadeia de grãos da União Europeia, intitulado Práticas de Produção de Soja, confirma a adoção de práticas sustentáveis por parte dos agricultores brasileiros.
“Aqui no Brasil 99% das áreas onde se produz são consolidadas. Só em 1% haveria algum desmatamento novo, marginal. A preocupação da Aprosoja é de que 100% da soja brasileira não esteja relacionada com práticas ilegais. Dentro do bioma amazônico a produção é muito pequena. E lá o produtor só pode ocupar 20% da área, preservando 80%, o que torna praticamente inviável a produção naquele bioma. Vamos começar a divulgar para agências internacionais sérias os dados que estão disponíveis a todos para contrapor informações distorcidas”, destacou Fabrício Rosa.
Em sua intervenção, o Embaixador do Brasil na Itália, Hélio Ramos, citou comentário feito pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em visita à Itália em 2020, segundo a qual, “se a Europa adotasse uma legislação ambiental similar ao Código Florestal em vigor no Brasil, não haveria produção, o que mostra o rigor técnico da agricultura brasileira”.
Em breve o vídeo do webinar será divulgado na íntegra pelos canais de comunicação da Embaixada brasileira em Roma.
Fonte: Aprosoja Brasil