Pouco mais de um mês após o início da colheita de soja em Goiás, os resultados continuam preocupando os produtores rurais. Até o momento, as projeções da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO) indicam redução de pelo menos 15% no potencial produtivo em relação às estimativas iniciais, que eram atingir 17,5 milhões de toneladas.
“Talvez a produção total não chegue a 15 milhões de toneladas”, ressalta o presidente da associação, Joel Ragagnin. Segundo ele, as regiões mais afetadas estão no Sudoeste goiano, onde os produtores plantaram mais cedo [o vazio sanitário encerrou em 24/09] e, além das chuvas irregulares, enfrentaram veranico no mês de dezembro, quando a soja estava na fase de enchimento de grãos. Também as altas temperaturas encurtaram o ciclo das plantas e reduziram as produtividades.
Joel lembra que produtores de todas as regiões do Estado relataram dificuldades na implantação de lavouras. “Tivemos muitas áreas com replantio, plantios fora da janela ideal. Isso ainda deve impactar bastante a produtividade”, destacou o presidente de Aprosoja-GO.
A instabilidade climática provocada pelo El Niño gerou um fenômeno atípico neste início de ano: enquanto produtores do Sudoeste goiano já estavam com colheitadeiras em campo, outros faziam a semeadura de soja em áreas do Vale do Araguaia, Norte e Nordeste goiano. Por isso, a safra da oleaginosa em Goiás está longe de terminar e as estimativas de produção continuarão a ser atualizadas nas próximas semanas.
Comercialização
O cenário de incertezas no campo também está refletindo na comercialização, que está muito lenta e em patamares abaixo dos anos anteriores. “O produtor está entregando a soja nos contratos que já tinha fechado, mas está retendo a safra em virtude dos preços muito baixos”, afirma Joel. “Acredito que se as cotações não melhorarem, as vendas vão ser bastante lentas e fracionadas.”
Os preços também vão ajudar a determinar o tamanho da 2ª safra de milho, que até o momento deve sofrer redução de 15%, causada pela perda da janela de plantio em função do atraso na safra de soja. “Isso pode se alterar dependendo do preço do milho no mês de fevereiro. Se o preço estiver ruim em fevereiro, o produtor não se animará a aumentar áreas. Pode ser que até reduza”, explica o presidente da Aprosoja-GO, Joel Ragagnin.
*Fonte: Aprosoja-GO, com Aprosoja Brasil