Pesquisador da Emprapa Soja há 48 anos, José de Barros França Neto concorre ao prêmio Personagem Soja Brasil, uma iniciativa da Aprosoja Brasil e do Canal Rural. A votação está diponível até o dia 19 de abril.
Mas o que pouca gente sabe é que, entre 1999 e 2001, França Neto foi um dos presidentes da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Abrasoja), que anos depois mudaria seu nome para Aprosoja Brasil.
“Naquele tempo a gente tinha como inspiração o trabalho da American Soybean Association (ASA), entidade norte-americana com mais de 100 anos de atuação e que fazia um grande trabalho de investimento em pesquisa sobre a soja, de promoção e prospecção de novos percados. Foi um período muito importante na minha vida. Fizemos uma boa representação sobre a soja brasileira”, diz França Neto.
Ele conta que começou a trabalhar na Embrapa em 1979 e, quando chegou à instituição, as pesquisas de tecnologia e desenvolvimento de sementes ainda estavam no início. “Fui muito afortunado ao escolher essa área que era muito vasta e ainda precisava de muita informação”, conta.
partir de então, o pesquisador conta que ajudou a desenvolver diversas tecnologias de produção de sementes, envolvendo a parte de campo; o controle de pragas, como os danos causados por percevejos; nível nutricional da planta; ponto e metodologia de colheita; e resistência ao ataque de pragas.
“Naquela época, nossas máquinas colhedoras não tinham toda a tecnologia de hoje. O principal fator que mais afeta a qualidade da semente de soja chama-se dano mecânico e ocorre na operação de trilha na colheita”, descreve. Assim, França Neto ajudou no desenvolvimento de tecnologias para reduzir esses problemas.
“Quando falamos em pesquisa em relação à soja, hoje o Brasil é referência a nível mundial. Todos que falam sobre tecnologia de produção de soja – não apenas de semente – envolvendo todas as fases de produção, como controle de doenças, melhoramento, fixação simbiótica de nitrogênio, o Brasil é referência, principalmente para o mundo tropical”, destaca.
O pesquisador lembra que a Embrapa Soja é o principal grupo concentrado e dedicado à pesquisa da oleaginosa a nível mundial. “Nesse sentido, somos referência até mesmo para as regiões de origem da soja, de clima temperado”.
França Neto salienta que graças à pesquisa, a produtividade média da soja a nível nacional teve um grande salto: de 1500 kg por hectare na década de 1970 para mais de 3.500 kg por hectare nos dias de hoje.
Com informações do Projeto Soja Brasil