Não há de fato muitos piauienses que plantam soja nos nossos cerrados, se de forma míope entendermos que piauiense é aquele que nasceu neste estado. Não houve interesse no cerrado por nenhum dos nativos que aqui passaram também. Os índios e seus ancestrais sequer repararam as pobres terras secas do cerrado. Desde os tempos pré-coloniais nunca houve maiores interesses no cerrado. Neste entendimento, os Silva, Santos, Sousa e Carvalhos, elite europeia vinda de Portugal que nasceram nestas terras também não tiveram este interesse em produzir. Verdade que há uma certa vocação do povo sulista para tornar terras praticamente inférteis em solos de cultura.
Mas a discussão míope que adorna este cenário é de uma flacidez estonteante. Justificar a falta de infraestrutura devido ao fato de a região crescer pelas mãos de “imigrantes”, que trouxeram riquezas e criaram suas famílias nestes solos, é no mínimo desconhecer a história do próprio povo. Felizmente, nota-se que a classe política está compreendendo que a vocação do Brasil, do Piauí é o agro. Isso ficou ficou muito evidente durante essa pandemia, já que o #agronaopara, ao contrário de alguns mandatários que, eleitos pelo povo, deveriam trabalhar pelo povo e pelo seu estado, mas preferiram se isolar e, enebriados, expõem uma visão pequena que, nem de longe, reflete a grandeza do Estado do Piauí, que é acolhedor e cresce, ao padrão chinês, graças ao agro.
Imigrantes sempre foram estigmatizados mundo a fora. E as figuras mais preconceituosas os marginalizam. Mas a grandeza deste povo que vem e enfrenta as dificuldades de abrir um novo começo e propiciar aos antes pobres municípios, hoje serem os municípios mais ricos do estado com o menor investimento público. Lamentável a visão tacanha de alguns. Temos certeza que não representa a visão da maioria. Viva o agro piauiense, viva seu povo e sua ousadia.
Poderíamos em números rápidos mostrar o que estes “forasteiros” colocam nas mesas de todos sejam brasileiros ou chinesas. A soja que alimenta os rebanhos, que produz o óleo, que faz a maionese, que gera o biocombustível, que muda rotas, que engorda o gado, o frango, suíno e peixe. São mais 2,6 milhões de toneladas, que multiplicam riquezas e movimentam a economia. Que permite uma mercearia no interior do Piauí vender mais, e contratar mais pessoas, que permite um piauiense do semi árido comprar um milho mais barato e um pernambucano servir um prato feito para um caminhoneiro paraibano que leva uma carrada de farelo de soja para a granja no seu estado tudo isto sem preconceito.
Viva o agro piauiense. Viva a diversidade!
Alzir Pimentel Aguiar Neto – Presidente da APROSOJA PIAUÍ
São visões de políticos despreparados que não sabem onde começa o dever do Estado!! e nem mesmo o seu!