Entre os dias 10 de junho a 10 de setembro acontece o vazio sanitário da soja no Estado do Paraná, conforme determina a Portaria nº 342/2019 da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Nesse período, fica proibido cultivar, manter ou permitir a presença de plantas vivas de soja em qualquer estádio vegetativo.
Essa é uma medida essencial para o manejo e controle da ferrugem asiática, principal praga que ataca a cultura. “Essa estratégia ajuda a diminuir a presença contínua de esporos do fungo causador da ferrugem no campo, principalmente na entressafra, pois ele permanece ativo em plantas vivas de soja, em plantas guaxas”, explica a engenheira agrônoma e fiscal de Defesa Agropecuária Marlene Soranso.
A mesma Portaria fixa a data de 15 de maio como prazo final para colheita ou interrupção do ciclo da soja. “O período que antecede o vazio sanitário da cultura é necessário para que os produtores, armazéns e responsáveis por estradas e ferrovias, por exemplo, possam realizar a limpeza e a eliminação das plantas vivas de soja”, diz o gerente de Sanidade Vegetal da Adapar Renato Rezende Young Blood.
O manejo reduz a presença de esporos no ambiente e permite que as plantas de soja se desenvolvam, inicialmente, com baixa população da praga no campo. “Isso contribui para a redução da quantidade de aplicação de produtos químicos para o controle da doença e, ainda, para evitar que o fungo desenvolva resistência às moléculas agroquímicas”, explica.
A Adapar está alinhada com o Programa Nacional de Controle de Ferrugem Asiática da Soja do Ministério da Agricultura. “Assim, seguimos o fortalecimento do sistema de produção agrícola da soja com a defesa sanitária vegetal”, diz o diretor-presidente da Adapar Otamir Cesar Martins.
PRODUÇÃO – A expressividade da cultura da soja no Paraná, segundo maior produtor nacional, comprova a necessidade de preservação dessa cadeia produtiva. Na safra 2019/20 foram produzidas 20,7 milhões de toneladas em 5,5 milhões de hectares, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Segundo estudos da Embrapa Soja, quando não são tomadas as medidas de manejo e controle adequadas, as perdas na produção causadas pela ferrugem asiática podem chegar a 75%.
Fonte: Adapar