Taxar o agronegócio é um equívoco por parte dos governos. O alerta é do diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, que foi palestrante nesta sexta-feira (24/5) da 8ª Rondônia Rural Show, realizada no município de Ji-Paraná. Ele falou sobre a importância da cadeia produtiva da soja e seus impactos na economia de Rondônia e do Brasil.
Conforme dados da Aprosoja Brasil, a cada um real que os governantes desoneram do setor produtivo rural, três retornam em impostos. Ainda segundo a entidade, um real investido no campo se tornam 11 reais em exportações do agro.
Na avaliação do executivo, os governantes brasileiros precisam olhar para a Argentina e entender qual será o nosso futuro se fizeram a mesma coisa no Brasil.
“Depois das pesadas retenciones cobradas dos produtores, as finanças da Argentina ficaram em situação deplorável e as cidades envelheceram de 15 anos para cá. O país não consegue sair da crise porque o estado desestimulou os setores que movimentavam a economia. É um setor que não faz sentido onerar com taxações. Taxar o agronegócio é um equívoco por parte dos governos”, afirmou.
Atualmente, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), há mais de 300 mil hectares do território de Rondônia ocupados pela soja. A perspectiva, de acordo com cálculos da Aprosoja Brasil é de que em 2023 pelo menos 700 mil hectares estejam inseridos na cultura, gerando um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 2,5 bilhões.
Em 2028 a soja estará em pelo menos 1,5 milhão de hectares do estado, gerando R$ 6 bilhões de VBP. Todo esse recurso estará em circulação na economia, gerando mais de 50 mil empregos diretos.
O diretor executivo citou com exemplo de impacto positivo do agro no estado a utilização de diesel no agronegócio, que é responsável pela arrecadação de R$ 11 milhões de ICMS, o que equivale a 30% do recolhimento do imposto sobre o diesel.
“O potencial disso é que, para 2030, Rondônia deve atingir 2 milhões de hectares plantados de soja. A arrecadação de ICMS sobre a soja será de R$ 122 milhões. Para se ter noção do tamanho da participação do agro nas finanças estaduais, o IPVA arrecada atualmente R$ 245 milhões”, salientou.
O estado gerou na última safra mais de um milhão de toneladas de soja destinado à exportação e movimentou mais de US$ 400 milhões. “Se compararmos esses dados com os números de safras dos últimos 13 anos, percebemos o quanto o estado tem crescido. A perspectiva de melhora é grande para o futuro. Cerca de 20,5% do PIB rondoniense são oriundos do agronegócio, o que representa mais de R$ 7 bilhões da economia estadual, ultrapassando, inclusive, as indústrias. Os serviços privados também tendem a crescer puxados pela cadeia que a oleaginosa é capaz de gerar”, observou.
O diretor executivo explica, ainda, que a soja se transformou no principal produto exportado pelo Brasil. De acordo com ele a soja representa 16% de toda exportação brasileira. “A cadeia da soja movimentou no ano passado R$ 142 bilhões. Isso fez com que a oleaginosa se tornasse o principal produto brasileiro exportado”, argumentou.
Parabéns pelo artigo,adorei!