A Superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou que a compra da norte-americana Monsanto pela alemã Bayer seja impugnada pelo tribunal da autarquia, de acordo com parecer divulgado nesta quarta-feira (4/10) no Diário Oficial da União. A Aprosoja Brasil é terceira interessada no processo.
O órgão avaliou que as alegadas eficiências da operação são insuficientes para compensar prováveis efeitos anticompetitivos, e disse que as preocupações identificadas demandam uma “solução de caráter estrutural”.
A compra da Monsanto pela Bayer por 66 bilhões de dólares, anunciada em setembro de 2016, cria a maior companhia integrada de agroquímicos e sementes do mundo.
De acordo com a assessoria do Cade, o prazo para análise do caso começou a contar no dia 24 de abril. A partir dessa data, são 240 dias corridos, que serão esgotados em dezembro de 2017. Se houver prorrogação de 90 dias da avaliação, o prazo acabará em março de 2018.
Agências reguladoras do Brasil, Estados Unidos e Europa estão trabalhando juntas para assegurar que a combinação das duas empresas não ameace o equilíbrio do mercado.
No Brasil, grupos que se opõem ao acordo pediram ao Cade para bloquear a transação ou forçar desinvestimentos, incluindo a tecnologia de soja geneticamente modificada Intacta RR2 IPRO da Monsanto e o negócio de herbicidas que contenham o glufosinato de amônio da Bayer.
Na semana passada, o presidente para América do Sul da Monsanto, Rodrigo Santos, disse, no entanto, que a companhia quer manter a tecnologia Intacta após a fusão com a Bayer.
Fonte: Com informações de Ana Mano / Agência Reuters