O Brasil deve colher em 2017 em torno de 105 milhões de toneladas de soja segundo estimativas apresentadas pelo Ministério da Agricultura nesta quinta-feira (26/1), em Ponta Porã (MS), durante solenidade de Abertura Nacional da Colheita de Soja Safra 2016/2017.
A ‘supersafra’, no entanto, é vista com cautela por parte do presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa. De acordo com o dirigente, a estiagem e o excesso de chuvas em algumas microrregiões podem fazer com que os produtores tenham perdas.
“Nós desejamos que seja uma grande safra. Mas temos de nos preocupar se a safra está dando rentabilidade ao produtor. O clima não tem sido aliado. Tivemos problemas de tecnologia por causa da descapitalização na safra passada. Temos que olhar daqui pra frente”, ponderou Marcos da Rosa ao demonstrar preocupação com o aumento dos custos de produção ao sojicultor.
“Temos uma expectativa de uma grande produtividade nesta safra. Mas o que interessa ao produtor é a rentabilidade. Não adianta ter muita produtividade e baixa rentabilidade”, completou.
Evaristo de Miranda, da Embrapa, apresentou dados sobre uso do solo
Ao falar da importância da soja para a economia do país, Marcos da Rosa citou dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), segundo os quais a soja aumenta o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de diversos municípios produtores.
“Em 1991, dos 2000 municípios que plantavam soja, 99% tinham IDH muito baixo ou baixo. Em 2010, 95% desses municípios tiveram seus IDHs melhorados para médio, alto e muito alto”, comentou.
Participaram da solenidade de abertura o ministro interino Eumar Novacki, os senadores Waldemir Moka e Pedro Chaves, a deputada Teresa Cristina, a governadora em exercício de MS, Roseane Modesto, o prefeito de Ponta Porã, Hélcio Peluffo, o presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul, Maurício Saito, o presidente da Aprosoja MS, Christiano Bortolotto, o diretor do Canal Rural, Donário Almeida, e o diretor da Basf, Marcelo Batistela, entre outros.
Programação
Durante dois dias, os participantes que visitaram a fazenda Jotabasso acompanharam palestras, debates e a exposição de tecnologias sobre o que há de novo na cadeia da sojicultora. Toda a atividade foi transmitida ao vivo pelo Canal Rural.
O pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Marcelo Gravina, falou sobre melhoramento genético de algumas cultivares e o comportamento delas diante de situações como mudanças no clima e a ocorrência de fungos e pragas nas lavouras.
O consultor econômico Flávio França Júnior apresentou um panorama sobre o comportamento dos preços para a safra 2016/2017. Segundo ele, o excesso de oferta de soja no Brasil, a estabilização da taxa de câmbio próximo de R$ 3,50 por dólar e as reformas promovidas pelo governo federal pode refletir nos preços, que na avaliação do economista não devem apresentar elevação significativas em relação aos pagos na safra passada.
O diretor-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo de Miranda, palestrou sobre atribuição, ocupação e uso do solo. Segundo ele, o Brasil é de longe o campeão mundial de preservação de áreas protegidas. “O Brasil abdicou de usar 30% de seu território. Outros países protegem áreas como desertos e regiões geladas, que não tem sido alvo de invasões como no Brasil,” finalizou.
Promovida pela Aprosoja Brasil em parceria com o Canal Rural, a Abertura da Colheita de Soja faz parte do projeto Soja Brasil.
Fonte: Ascom Aprosoja Brasil