Apesar de ter participação importante no crescimento do PIB do Piauí, o agronegócio é o setor que menos recebeu investimentos por parte da gestão pública nos últimos anos. Nos 15 estados que deverão ter um avanço do PIB acima da média nacional em 2021, oito deles são das regiões Centro-Oeste e Norte, e somente o Piauí e a Bahia, que são grandes produtores agrícolas, estão na região Nordeste.
“O Piauí ficou em segundo lugar no crescimento do PIB no ranking nacional porque está entre os cinco estados do País que tem o seu crescimento atrelado ao agronegócio. Infelizmente este dado não foi ressaltado”, afirma o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Piauí (Aprosoja PI), Alzir Neto.
Ao longo dos últimos anos o estado quadruplicou sua malha viária, saindo de 1.500 km em 2002 para 6.500 km em 2021. No entanto, menos de 500 Km foram executados nas áreas de escoamento da produção de grãos do sul do Piauí.
O governo estadual anunciou, em março deste ano, o lançamento do programa Pró-Rodovias e prometeu investimentos de R$ 720 milhões na malha rodoviária do Estado. A expectativa dos produtores é de que trechos cruciais para a região produtora sejam finalmente concluídos.
Contribuição do agro se confirma ao logo dos anos
Em 2020, conforme dados da Fundação Cepro e IBGE, o Piauí ficou com o terceiro maior crescimento do PIB do Nordeste, somando R$ 50 bilhões, um crescimento real de 2,1% em relação ao ano de 2017. “Agora em 2021 levamos o Estado mais um degrau acima no topo e continuamos aguardando o cumprimento das obras que foram prometidas para a região. Se os investimentos se efetivarem, o Piauí pode crescer ainda mais”, ressalta Alzir.
O maior PIB per capita no Piauí, em 2018, foi o do município de Baixa Grande do Ribeiro, com R$ 82.913,59, seguido de Uruçuí, com R$ 79.384,48. Dentre os 15 maiores PIBs ligados ao agronegócio no Piauí aparecem também os municípios de Currais, Ribeiro Gonçalves, Santa Filomena, Antônio Almeida, Bom Jesus, Sebastião Leal e Gilbués.
O presidente do Sindicato dos Produtores Rural de Bom Jesus, Moyses Barjud, acredita que a melhoria da infraestrutura de estradas pode contribuir com a atração de mais empresas para a região e com a queda dos custos de produção. “Esses investimentos não servem somente para o escoamento da produção, mas também para a própria população”, acrescenta Moysés.
Segundo dados da Aprosoja Piauí, o produtor piauiense tem custos de produção 30% superior do que as demais regiões produtoras devido à falta de estrutura das estradas.
Redação: Aprosoja Piauí
Edição: Aprosoja Brasil